NELSON BORTOLLETO - POEMAS


AQUELES OLHOS

Aqueles olhos...
Profundos,
Vê-se neles a alma.

Furtivamente, ao fitá-los,
Senti que eu os conhecia
Há, pelo menos, mil anos.

De certo, em algum passado,
Arquitetaram meus planos,
Partilharam meu destino,
Causaram algum desatino
Ou coisa mal concluída,
Que eu tenho, de alguma forma,
Que resgatar nesta vida.

Na verdade, não acho palavras
Que digam tudo o que vi.

Quando olhei para aqueles olhos,
Eu escutei sinfonias,
Senti perfume de estrelas,
Uma razão para os dias.

Pelo amor de Deus,
Me expliquem
O brilho daqueles olhos...

Que surpresas eles guardam,
Quantas revelações,
Seus segredos e artimanhas,
Quais são suas intenções?

Eles me fazem sorrir,
Num tempo só de amarguras.

Não me permitem dormir,
Fartando-se em travessuras.

Convertem meu triste olhar
Num mar de encanto e ternura.

Como ousam ser tão lindos,
Aqueles benditos olhos!

-Nelson Bortoletto-


AQUELES OLHOS

Aqueles olhos...
Profundos,
Vê-se neles a alma.


Furtivamente, ao fitá-los,
Senti que eu os conhecia
Há, pelo menos, mil anos.

De certo, em algum passado,
Arquitetaram meus planos,
Partilharam meu destino,
Causaram algum desatino
Ou coisa mal concluída,
Que eu tenho, de alguma forma,
Que resgatar nesta vida.

Na verdade, não acho palavras
Que digam tudo o que vi.

Quando olhei para aqueles olhos,
Eu escutei sinfonias,
Senti perfume de estrelas,
Uma razão para os dias.

Pelo amor de Deus,
Me expliquem
O brilho daqueles olhos...

Que surpresas eles guardam,
Quantas revelações,
Seus segredos e artimanhas,
Quais são suas intenções?

Eles me fazem sorrir,
Num tempo só de amarguras.

Não me permitem dormir,
Fartando-se em travessuras.

Convertem meu triste olhar
Num mar de encanto e ternura.

Como ousam ser tão lindos,
Aqueles benditos olhos!

-Nelson Bortoletto-


LUARES

Os luares, desde o princípio dos tempos, sucedem-se de fase em fase num ritmo previsível, matemático, impassivelmente.
Que hajam tempestades, terremotos, cataclismos, quaisquer coisas...sucedem-se e mesmo que não possamos vê-los, lá estarão, invariavelmente.
Os luares podem até influenciar a vida, as marés, os movimentos tectônicos, o clima, mas, nós mortais jamais poderemos influenciar a sua constância, pelo menos por enquanto. E mesmo que possível fosse, só o seria através de algum recurso tecnológico, pois eles nos parecem imunes aos nossos humores.
Os luares são implacáveis, insensíveis aos nossos desejos e mazelas.
Se queremos a lua cheia hoje, é tempo que ela seja nova.
Se crescente a desejamos, é tempo que seja minguante.
Mulheres são como os luares e possuem o mesmo ritmo, precisamos nos adaptar ao seu calendário e pasmado concluo: 
Os poetas amam os luares, assim como às mulheres.
Pobres poetas!
Jamais poderão mudar isso, caso contrário o que seria deles?


-Nelson Bortoletto-

DISFARCE

Por mais imperativo que pareça
Amar-te tanto em tão mortal silêncio,
É impossível controlar, sem que eu pereça,
A gritaria do meu coração.
Escondo-me então em meio à sombra,
Fugindo aos olhos do antagonista,
Numa figura que à primeira vista
Parece mais um holofote de avião.


-Nelson Bortoletto-

Publicado no grupo Tecendo Textos

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