Na realidade, muitos linguistas modernos costumam misturar termos específicos da NGB com termos característicos da NGP (Nomenclatura Gramatical Portuguesa), elaborada por gramáticos portugueses oito anos mais tarde. Pessoalmente, prefiro a terminologia adotada na NGB: acho que ela denota maior rigor e precisão do que a NGP, além de ser mais erudita. Na NGB, por exemplo, diferencia-se sintaticamente melhor a “complementação”, expressa por termos integrantes da oração como os complementos (verbais e nominais), da “circunstância”, expressa por termos acessórios como os “adjuntos adverbiais”, que na NGP são definidos como “complementos circunstanciais”, termo certamente mais impreciso, uma vez que mistura dois conceitos sintáticos distintos (o “adjunto adnominal” brasileiro também contém o conceito de complementação na NGP, na qual é chamado de “complemento determinativo”!); nem existe, na NGP, a distinção entre “termos integrantes” e “termos acessórios” da oração, todos denominados de “elementos complementares à oração”! Mais um exemplo: no que respeita à prosódia, os termos de origem grega “oxítono”, “paroxítono” e “proparoxítono” da NGB denotam certamente uma maior erudição do que os termos correspondentes na NGP, respectivamente “agudo”, “grave” e “esdrúxulo”.
É curioso observar que algumas designações tão comuns, apesar de continuarem sendo utilizadas correntemente, não constam em nenhuma das duas nomenclaturas gramaticais da língua portuguesa: “sujeito elíptico, oculto, desinencial”; “voz passiva analítica” e “voz passiva sintética” (talvez por analogia com a classificação dos superlativos absolutos em “analíticos” e “sintéticos”), registradas pela NGB respectivamente como “voz passiva com auxiliar” e “voz passiva com pronome apassivador” (“com palavra apassivante” na NGP, forma certamente menos apropriada, já que não esclarece a classe gramatical a que pertence essa “palavra”)

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