Acaso


Se por acaso, o acaso nos juntar,
livremo-nos do mal amado,
das verdades estereotipadas,
desilusões ornadas do pode não pode puritano,
nascente de todos os desenganos,
inventadas nem sabemos por quem!

Se por acaso, o acaso nos tramar,
existamos!
E de lado fiquem as reticências...
Que o tempo é nosso, mintamos!

Regidos pelo princípio do prazer,
das emoções do inconsciente,
que prevaleça o id freudiano,
olvidemo-nos da castradora prudência.

Ouça!Lá fora o tempo passeia!
Vale a vontade transparente,
corpo, matéria, alma, sentimento
e com  arte, use-se os engenhos,
ditados pela saudade urgente!

Beijo sôfrego, abraço ansioso,
dimensão única...
à razão alheia toda a paixão,
dor esquecida,  acaso auspicioso.
Roupas pelo chão espalhadas
Na pressa, dos corpos sequiosos.

Se por acaso, o acaso traiçoeiro
em nós, amantes, plantar a despedida,
sigamos! Sem prevenção!
Esqueçamos de quaisquer ofícios,
antes que eles nos matem,
que se calem!
Depois! Só depois, haverá o adeus,
a saudade,
a ausência dolorida.


 Odenilde Nogueira Martins

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